terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

imPRESSionant

29 Janeiro
No início era a Luz... forte, intensa, quase a cegar quem para ela olha de frente...
Depois a escuridão...
Um homem habita a sua claustrofóbica célula de Vida... em contagem decrescente, como a realidade...
O espaço que é dado, é o ponto de partida... mas há uma tendência natural, para o esmagamento... que pode ser próprio, ou do meio que nos rodeia...
A pressão e a opressão que nos circunda...
por vezes aliviadas, sem se saber porquê... outras... pela nossa própria resistência...
Há momentos em que apetece lutar contra as paredes que se erguem... empurrá-las como se não houvesse amanhã...

Outros, em que a resistência é insignificante, valendo a capacidade de adaptação,
a correcção do posicionamento,

a modificação do movimento...
testando as nossas capacidades de contorcionismo...

mesmo que nos faça ver o mundo ao contrário...

Há alturas, em que se perde a cabeça e mesmo assim não se perde a postura...

tentando encontrar uma direcção para o que entendemos ser correcto...

Por vezes, queremos segurar o mundo nos ombros...
mas isso não dura muito...

No início era a Luz...
No final, a escuridão... a revelar que, por vezes, não faz sentido lutar contra o céu que se abate sobre nós próprios...
Essa luta é um mero adiamento de uma realidade que nos esmaga...

Uma performance extraordinariamente elegante, virtuosa, intensa e subtil de Pierre Rigal.
Adorei!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Idealização

«1. "Perceber o que as pessoas nos escondem é fácil, mas não leva a lado nenhum", observou Elias Canetti, dando a entender que não custa nada, e, no entanto, é completamente inútil, descobrir os defeitos dos outros. Pois não é verdade que nos apaixonamos devido, em parte, a um desejo temporário de não aprofundar o nosso conhecimento do outro, mesmo que isso nos torne um tanto ou quanto cegos? Se o cinismo e o amor se encontram em pólos opostos, será que por vezes nos apaixonamos para fugir ao debilitante cinismo a que somos propensos? Não haverá em cada coup de foudre um certo exagero voluntário das qualidades do ser amado, exagero esse que nos desvia da desilusão ao concentrar as nossas energias em determinado rosto, no qual somos capazes, provisoriamente e como por milagre, de acreditar como nunca acreditámos em nós mesmos?»


In Ensaios de Amor, de Alain de Botton

Sou um exagerado... é o que dizem...
Não concordo...
Gosto apenas de acreditar nos outros...
por vezes, quando já ninguém acredita...

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

I'll be waiting

Tudo numa letra (grega) só: Φ


He broke your heart
He took your soul
You hurt inside
'Cause there's a hole

You need some time
To be alone
Then you will find
What you've always known

I'm the one who really loves you baby
I've been knocking at your door

As long as I'm living
I'll be waiting
As long as I'm breathing
I'll be there
Whenever you call me
I'll be waiting
Whenever you need me
I'll be there

I've seen you cry
Into the night
I feel your pain
Can I make it right
I realize there's no end in sight
Yet still I wait
For you to see the light

I'm the one who really loves you baby
I can't take it anymore

As long as I'm living
I'll be waiting
As long as I'm breathing
I'll be there
Whenever you call me
I'll be waiting
Whenever you need me
I'll be there

You are the only one
I've ever known
That makes me feel this way
Girl you are my own
I want to be with you
Until we're old
You've got the love you need right in front of you
Please come home

As long as I'm living
I'll be waiting
As long as I'm breathing
I'll be there
Whenever you call me
I'll be waiting
Whenever you need me
I'll be there...


Lenny Kravitz

Inacreditável?
Eu acredito muito em mim...

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Fatalismo Romântico


«Em nenhuma outra área a ânsia por um destino é tão forte como na nossa vida amorosa. Sendo nós, tantas vezes, obrigados a partilhar a cama com quem não compreende a nossa alma, não será perdoável o facto de acreditarmos (contrariando todas as regras da nossa época iluminada) que havemos de encontrar, um dia, o homem ou a mulher dos nossos sonhos? Não poderá ser-nos permitido um certo grau de supersticiosa fé numa criatura que trará a solução dos nossos inexoráveis anseios? E embora as nossas preces possam nunca ser respondidas, embora talvez haja fim para o funesto ciclo da incompreensão mútua, se porventura os céus decidirem ter piedade de nós, será realmente legítimo pedir que atribuamos o encontro com esse príncipe ou princesa ao mero acaso? Não teremos direito a, por uma vez, voltar as costas à censura racional e considerar tal acontecimento parte inevitável do nosso destino romântico?»

In Ensaios de Amor, de Alain de Botton

Eu gosto de acreditar no destino... pela quantidade de coincidências inimagináveis que já me «atingiram»... mas também acredito que temos realidades diferentes em função das nossas escolhas... e há momentos em que não há escolhas, nós é que gostaríamos de criar uma diferente realidade...

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A noite é Tua ou Sonho de uma noite de inverno

Estás lindíssima...
A noite é Tua...
Só não convenci o Rainmaker a torná-la more pleasant, mas talvez seja o cenário mais adequado...
Quero captar a atenção da tua alma e não roubá-la, como eventualmente faz o flash da máquina que capta o momento...
Não quero pensar, não quero que penses em futuros improváveis...
Quero viver apenas cada segundo deste presente contigo...
«Sentir que nos sentimos bem» durante a estadia num convento que se diz, do Beato e que nos garante um belo cenário que, por momentos, me transporta para um déjà vu, mas depressa afasto memórias muito antigas, que não quero ver repetidas...

A noite é Tua...
O jantar by Chakall, denomina-se afrodisíaco...
Afrodisíaca, és Tu...
A cítara que toca...
o fogo que se eleva...
o que nos oferecem...
o que se saboreia...
desperta ainda mais os sentidos...
tudo nos tranporta para...
imagens de Marrocos que correm a tua mente...
fazes-me «estar lá»...
fazes-me desejar estar lá contigo...
noutro momento...
fazes-me desejar estar contigo...
simplesmente...

A noite é Tua...
o momento é bonito...
o momento é nosso...
a noite não...
o tempo não serve...
o tempo não chega...
o tempo é preciso...
a chuva fazia sentido...

P.S. Desejo que o Puck de Shakespeare, não tenha tornado este momento num «Sonho de uma noite de inverno»... ou num simples déjà vu...

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Incurável

Posso sempre dizer que é da quantidade de medicamentos que tenho tomado, mas o meu romantismo não tem cura...
Infelizmente, tem afectado significativamente a minha capacidade de raciocínio...
O meu pedido de desculpas a quem tem sofrido com isso...
I love You, not in a friendly way...

Nota: Tenho tomado uma vitamina com substanciais contra-indicações. Apesar disso, o resultado é significativamente positivo.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Nuclear


«As pessoas não gostam de honestidade»
Joss Stone

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Estou...

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Esta Vida... esta noite... esta cidade...

A noite cai...
Starry Night, de Van Gogh (um dos meus preferidos)
Não me rendo ao pequeno infortúnio...
Amigo chegado fala no meu «azar» dos últimos tempos...
O primeiro desejo do ano, teima desde o primeiro dia em não se concretizar...
Aguardo (im)pacientemente pelo acordar em stereo... eu que detesto monos...
mas se pensa que dá cabo de mim... não me rendo...
A noite de ontem era d'«A Cidade», peça a dar brado no São Luiz...
Um telefonema da Catw e qualquer infortúnio meu se reduz à mera insignificância, perante a morte do jovem irmão da nossa comum Amiga... que aprendi a reconhecer como Gigante no seu modo e alegria de vida...
Qualquer vontade de fazer o quer que seja, desaparece nesse exacto momento...
Como a noite, como a cidade, como a rua,
nua, crua e bruta, é esta doença que não escolhe idade...
A noite chora enquanto regresso a casa...
Pareceu-me ver-te chorar também, quando assististe à alegria apaixonada de outros num ecrã grande, enquanto me ajudavas a (ultra)passar o resto da noite...
A mim também me apeteceu chorar... mas acho que sequei...
Tristeza, na noite que passou, foi o meu nome do meio...

Quer eu queira quer não queira
Esta cidade
Há-de ser uma fronteira
E a verdade
Cada vez menos
Cada vez menos
Verdadeira
Quer eu queira
Quer não queira
No meio desta liberdade
Filhos da puta
Sem razão
E sem sentido
No meio da rua
Nua crua e bruta
Eu luto sempre do outro lado da luta
A polícia já tem o meu nome
Minha foto está no ficheiro
Porque eu não me rendo
porque eu não me vendo
Nem por ideais
Nem por dinheiro
E como eu sou e quero ser sempre assim
Um rio que corre sem princípio nem fim
O poder podre dos homens normais
Está a tentar dar cabo de mim
Cabo de mim

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Invictus


Out of the night that covers me,
Black as the pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.

In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds and shall find me unafraid.

It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.


William Ernest Henley