quarta-feira, 19 de agosto de 2009

The Limits of Control - vago, absurdo ou apenas alternativo?


Um filme muito alternativo, do realizador Jim Jarmusch (o mesmo de Ghost Dog com Forest Whitaker)...
A estória de um misterioso hitman, que supostamente não atira, por terras espanholas e que vai contactando com inúmeras personagens (todas elas sem nome, mas com muitos detalhes), trocando com estas enigmáticas mensagens...
Lone Man (representado magistralmente por Isaach De Bankolé)

parece estar numa missão criminosa, mas não sabemos de qual se trata nem para quem trabalha...
Alguns ingredientes interessantes para um thriller lento (talvez demasiado para alguns) mas estimulante...
Muito agradável ao olhar, «Os Limites do Controlo» é tudo menos previsível...
Para contrastar, a personagem principal nunca hesita, planeando e executando tudo de uma forma muito controlada, sabendo sempre qual o próximo passo que terá de dar na sua missão, que envolve diamantes, assassinatos, uma femme fatale, tai chi (ou uma outra qualquer técnica de relaxamento) e a recusa do protagonista em utilizar telemóveis e armas...
Neste filme, as cenas e os momentos são estruturados ao pormenor, os diálogos são profundamente significativos e cheios de sabedoria, os trechos musicais são cuidadosamente usados e por vezes somos deixados num silêncio pungente...
Elenco de luxo, rico em personagens vagas mas com muito sabor: de John Hurt a Bill Murray, passando por Gael Garcia Bernal, culminando em Paz de la Huerta que representa a femme fatale que qualquer filme de hitman's que se digne, tem de apresentar...
Mente aberta para ver esta película... para alguns poderá ser difícil acompanhar a sua lentidão, mas se gostam de algo mais sofisticado do que um qualquer blockbuster, conseguirão apreciar o filme de alguma maneira...
Não esperem que seja contada uma história normal com explicações e conclusões concisas...
A maior parte deste filme algo absurdo ocorre na nossa mente, ao tentar encontrar sentido em tudo o que se está a passar à nossa frente...

E como nestas últimas duas semanas (sem contar com o fds passado), os meus limites do controlo têm sido testados, por uns quantos personagens não tão estimulantes ou misteriosos quanto os de Jarmusch...
«Among us, there those who are not among us...
I'm among no one»

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