«1. "Perceber o que as pessoas nos escondem é fácil, mas não leva a lado nenhum", observou Elias Canetti, dando a entender que não custa nada, e, no entanto, é completamente inútil, descobrir os defeitos dos outros. Pois não é verdade que nos apaixonamos devido, em parte, a um desejo temporário de não aprofundar o nosso conhecimento do outro, mesmo que isso nos torne um tanto ou quanto cegos? Se o cinismo e o amor se encontram em pólos opostos, será que por vezes nos apaixonamos para fugir ao debilitante cinismo a que somos propensos? Não haverá em cada coup de foudre um certo exagero voluntário das qualidades do ser amado, exagero esse que nos desvia da desilusão ao concentrar as nossas energias em determinado rosto, no qual somos capazes, provisoriamente e como por milagre, de acreditar como nunca acreditámos em nós mesmos?»
In Ensaios de Amor, de Alain de Botton
Sou um exagerado... é o que dizem...
Não concordo...
Gosto apenas de acreditar nos outros...
por vezes, quando já ninguém acredita...
8 comentários:
Faço uns exercícios engraçados de gestão de conflitos e interesses nas minhas acções de coaching, se quiseres :)
Faz-me sempre lembrar a história do braço de ferro, em que explicamos que o objectivo é ganhar o máximo pontos possíveis e vemos as duas pessoas a competirem quando o segredo é apenas dividirem o tempo por cada uma e tirarem o máximo de proveito. Coisas da vida! Aquele abraço!
Se me permites acompanho-te no exagero... Acho que vivo com mais intensidade, porque me entrego de corpo e alma quando sinto que pode valer a pena!
Não deixo, no entanto, de esperar que o outro lado faça o mesmo e isso nem sempre acontece!
Continuo a acreditar, ainda hoje, em algo que a outra pessoa não acredita... algo mágico, intenso, soberano, mas diria que sou mais feliz do que a outra pessoa, porque enquanto ela permanece nas imagens do que foi mau e mantém o cinzento, eu já estou ao sol a sentir o calor no meu coração a pedir-me que seja feliz!
Se tiver de seguir sozinha por este caminho, pelo menos sei que guardarei a cor alegre do que foi bom e não o negro do que poderia ter sido!
Segue o teu coração, mas não deixes que a ilusão do que ele te pede, te leve para os cinzentos...
Carpe Diem
Sem necessidade de exercícios, Rui... já faço os suficientes ;)
Não posso concordar mais contigo... tenho participado em vários... depois conto-te o último...
Abraço
Lou,
já me conheces bem... sabes que gosto de cores intensas... e o negro até é uma cor bonita, fantástica, desde que bem utilizada... bem melhor que o cinzento... que não quero definitivamente para a minha vida...
Venha a Primavera!
Beijo doce
E por falar em idealização, deixo o texto que acabei de escrever e deixar como comentário a um dos comentários do Sparkle, porque essa historia me faz lemnbrar este post...
Flashes de silêncio…
é no silêncio que se esconde o tempo.
Quando o teu silêncio nunca falou.
Faz-se silêncio, fizeram-se escolhas
retiraram-se as pontes
para não mais falar a tentação.
Pequenos botões de punho empoeirados e esquecidos,
perdidos na memória de um grande baú,
albergue de um coração nunca mais usado,
como um vestido de noiva imaculado,
guardado por uma menina freira em silenciosos votos.
Podia ter gritado para esquecer,
todas as palavras que ficaram por dizer.
Num grito que de tão alto sairia do fundo de mim
que seria confundido com o rugido da terra ecoado por todo o céu.
Calados. Não te deixaste descobrir com medo de que tudo não fosse nada.
é no silêncio que se esconde o amor.
O silêncio que me conforta porque ninguém iria entender
e hoje o tempo diz-me que não tem mais razão de ser.
E por não ter, mais me custa entender
porque visito essa abandonada comoção.
K,
Sempre que me entrego de corpo e alma, é porque de facto acho que vale a pena, e porque é o que o meu coração me pede... infelizmente, as experiências têm sido negativas, pelo que acabo sempre por me decepcionar.. ainda assim acredito, num sentimento de fazer borboletas na barriga.. que até agora só eu tenho sentido.. o outro lado.. enfim...
1 beijinho
Sparkle,
lisonjeado por publicares o teu texto aqui no blog... o texto é lindo como te referi e se tens mais donde este veio... temos de falar em possível publicação (em livro, entenda-se)
;)
Bj
Só,
eu acredito! Para mim, a busca é o sentido da Vida.
Faço como dizem os brasileiros: insisto, não desisto!
(dou comigo a pensar se não sou mais teimoso, que persistente)
Obrigado pela partilha
Bj
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