«Estar nas nuvens», é uma expressão nacional para quando estamos bem...
Aqui a tradução do título do filme de Jason Reitman, é capaz de não ser a mais condizente...
Nas nuvens, é uma ocupação de tempo para Ryan Bingham (George Clooney), vaidoso, egoísta e avesso a relacionamentos...
Para além disso, é especialista em despedir pessoas, tendo como objectivo último atingir um número recorde de milhas aéreas...
É assim que nos é apresentado... será essa a verdadeira realidade?
A ilusão das aparências é pródiga neste filme, magistralmente dirigido...
Percebe-se que apesar de fazer as coisas (demitir pessoas) como um qualquer médico de oncologia, o personagem de Clooney nutre alguma preocupação pela forma como lida com pessoas que vão ver o seu quotidiano virado do avesso (a tentativa de demissão com a rookie Anna Kendrick, é de mestre)...
Mais do que qualquer aversão à mudança, pelo facto de ficar sentado a uma secretária a dirigir demissões por videoconferência, há uma real constatação de uma vida que não existe... uma vida de cartão, retratada pelo recorte em cartão da irmã e seu noivo (que o irão acompanhar nas suas próximas viagens)... de memórias inexistentes pelos locais por onde passa, durante 320 dias do ano...
Dá conferências motivacionais a explicar como é possível viver com um pequeno trolley e levar apenas aquilo que é necessário, abandonando a maior parte da bagagem... e constata que a sua vida se resume ao tal trolley... porque quando o avião aterra, constata que o seu T1 está vazio de conteúdo, tal qual a sua vida...
«How much does your life weigh?»
Revejo-me, em parte, neste papel (não no Clooney, claro ;))... sou responsável por maximizar com o mínimo... devo ser o elementos do grupo empresarial onde trabalho, que mais pessoas despediu... e embora não viaje de avião com a regularidade que desejaria (não em trabalho sff)... ainda há poucos dias, partilhava a minha casa com alguém e dei-me conta que a mesma parecia abandonada, de tão pouco que tinha de conteúdo... parece que passei o último ano e meio em viagem... talvez tenha sido...
Efectivamente ainda há algumas diferenças substanciais para com o personagem... tenho um número de Amigos invejável (serão eles as minhas milhas?)...
«Make no mistake, your relationships are the heaviest components in your life»
e tenho vivido momentos fantásticos... vividos a correr...
«The slower we move, the faster we die. Moving is living»
mas a casa não deixa de estar vazia... e quando passo mais tempo nela (como hoje), percebo que não tenho realmente vivido aqui...
Voltando ao filme, temos um volte-face quando Clooney começa a pensar em assentar, depois de ter conhecido Alex Goran (Vera Farmiga), altamente inteligente e sedutora, que se parece muito com ele, na forma como vive a sua vida...
Mas depois do casamento da sua irmã partilhado a dois, eis que se dá o golpe de teatro...
Quando pensamos que vão viver felizes para sempre, com Clooney a abandonar uma conferência a meio e a correr atrás da sua recente paixão, eis que recebemos o habitualmente real expectável mas nada cinematográfico...
Afinal Alex era casada, mãe de filhos e Bingham apenas algo de paralelo, de cartão...
«Ryan Bingham: I thought I was a part of your life.
Alex Goran: I thought we signed up for the same thing... I thought our relationship was perfectly clear. You are an escape. You're a break from our normal lives. You're a parenthesis.
Ryan Bingham: I'm a parenthesis?»
Pode a vida ser igual a um filme?
Gosto de finais infelizes, porque mais reais...
A imagem de Clooney com o «Exit» por cima e a imagem que deu origem ao cartaz... são obra de quem domina o que está a fazer...
No seu terceiro filme, Reitman demonstra isso...
Aqui a tradução do título do filme de Jason Reitman, é capaz de não ser a mais condizente...
Nas nuvens, é uma ocupação de tempo para Ryan Bingham (George Clooney), vaidoso, egoísta e avesso a relacionamentos...
Para além disso, é especialista em despedir pessoas, tendo como objectivo último atingir um número recorde de milhas aéreas...
É assim que nos é apresentado... será essa a verdadeira realidade?
A ilusão das aparências é pródiga neste filme, magistralmente dirigido...
Percebe-se que apesar de fazer as coisas (demitir pessoas) como um qualquer médico de oncologia, o personagem de Clooney nutre alguma preocupação pela forma como lida com pessoas que vão ver o seu quotidiano virado do avesso (a tentativa de demissão com a rookie Anna Kendrick, é de mestre)...
Mais do que qualquer aversão à mudança, pelo facto de ficar sentado a uma secretária a dirigir demissões por videoconferência, há uma real constatação de uma vida que não existe... uma vida de cartão, retratada pelo recorte em cartão da irmã e seu noivo (que o irão acompanhar nas suas próximas viagens)... de memórias inexistentes pelos locais por onde passa, durante 320 dias do ano...
Dá conferências motivacionais a explicar como é possível viver com um pequeno trolley e levar apenas aquilo que é necessário, abandonando a maior parte da bagagem... e constata que a sua vida se resume ao tal trolley... porque quando o avião aterra, constata que o seu T1 está vazio de conteúdo, tal qual a sua vida...
«How much does your life weigh?»
Revejo-me, em parte, neste papel (não no Clooney, claro ;))... sou responsável por maximizar com o mínimo... devo ser o elementos do grupo empresarial onde trabalho, que mais pessoas despediu... e embora não viaje de avião com a regularidade que desejaria (não em trabalho sff)... ainda há poucos dias, partilhava a minha casa com alguém e dei-me conta que a mesma parecia abandonada, de tão pouco que tinha de conteúdo... parece que passei o último ano e meio em viagem... talvez tenha sido...
Efectivamente ainda há algumas diferenças substanciais para com o personagem... tenho um número de Amigos invejável (serão eles as minhas milhas?)...
«Make no mistake, your relationships are the heaviest components in your life»
e tenho vivido momentos fantásticos... vividos a correr...
«The slower we move, the faster we die. Moving is living»
mas a casa não deixa de estar vazia... e quando passo mais tempo nela (como hoje), percebo que não tenho realmente vivido aqui...
Voltando ao filme, temos um volte-face quando Clooney começa a pensar em assentar, depois de ter conhecido Alex Goran (Vera Farmiga), altamente inteligente e sedutora, que se parece muito com ele, na forma como vive a sua vida...
Mas depois do casamento da sua irmã partilhado a dois, eis que se dá o golpe de teatro...
Quando pensamos que vão viver felizes para sempre, com Clooney a abandonar uma conferência a meio e a correr atrás da sua recente paixão, eis que recebemos o habitualmente real expectável mas nada cinematográfico...
Afinal Alex era casada, mãe de filhos e Bingham apenas algo de paralelo, de cartão...
«Ryan Bingham: I thought I was a part of your life.
Alex Goran: I thought we signed up for the same thing... I thought our relationship was perfectly clear. You are an escape. You're a break from our normal lives. You're a parenthesis.
Ryan Bingham: I'm a parenthesis?»
Pode a vida ser igual a um filme?
Gosto de finais infelizes, porque mais reais...
A imagem de Clooney com o «Exit» por cima e a imagem que deu origem ao cartaz... são obra de quem domina o que está a fazer...
No seu terceiro filme, Reitman demonstra isso...
5 comentários:
onde guardas os DVD's?!
Assim... de cartão!
(O filme fez-te ter melhor visão?!)
Beijo.
Gelo,
este foi no cinema... logo a seguir ao Sutra... ;)
Acabou de sair...
Abraço, Amigo
Att,
só não cumpri com o facto de ir sozinho... ;)
Obrigado pela fantástica lição que me deste... e o filme também me deu uma bem interessante...
É verdade que projecto algo de verdadeiramente ambicioso, mas também é verdade que quando diminuo expectativas, estas acabam por não ser superadas... porque assentam em falsas premissas...
Uma desilusão...
O mundo também é de cartão?
Gosto de TTi... assim
Bj, Amiga
Gostei dos diálogos inteligentes, da narrativa bem construída e, claro está, da excelente interpretação de George Clooney ! ;)
Bjinhos
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