sexta-feira, 5 de junho de 2009

Fab à Flor da Pele ou 4 Coreógrafos

procuro um rasto de Ti.

à flor da pele tropeço nos passos cansados.
à flor da pele trémulo e exausto
tapo todos os poros.
à flor da pele amordaço a esperança.
à flor da pele nado no suor derramado
lamento, encolho e sorvo a fraqueza.
à flor da pele conspiram lugares e olhares
mostro-me nu, estrangulo e mordo a inocência da carne.
mato!

à flor da pele, quebro e morro mais um pouco.
à flor da pele, procuro um rasto de Ti.

Rui Lopes Graça

A Fab é uma Amiga, simplesmente como o seu nick sugere...
tem a capacidade de fazer com que me perca...
Perco-me com ela, perco-me por ela ou simplesmente... perco-me...
Ontem teve o condão de contribuir para me reencontrar...

Excelente noite com os «4 Coreógrafos» no Teatro Camões, a cargo da Companhia Nacional de Bailado... (no pics allowed)

Isolda, de Olga Roriz, expressivo, dramático, apesar de pouco sincronizado...
"Tudo se passa entre o sonho e a morte. A recordação da dor e do prazer" e eu esqueci-me da dor e só pensei no prazer que estava a disfrutar...
Wagner fez toda a diferença, com o seu Prelúdio e Morte de Tristão e Isolda... tudo é romantismo na sua obra...


À Flor da Pele, de Rui Lopes Graça, o que mais gostei... pleno de intensidade, "uma pulsação abstracta dos corpos (...) uma fisicalidade intensa, um desespero de amor que aparece e reaparece e aparece novamente, uma ferocidade nos gestos deste homem e um ventre amoroso nesta mulher...",
senti-me «lá»... na cena de amor entre dois dos protagonistas...
Philip Glass, escolha soberba para «embrulhar» esta peça...


Fauno, de Vasco Wellenkamp, a escolha da Fab... ao som de Debussy...

Segundo o autor «no sonho erótico do animal demoníaco, procurei retratar a sua avidez sensual e, na imprecisão da sua humanidade, alcançar a beleza e os sinais irreprimíveis das emoções humanas.»
Fantástica, a instalação, no cenário, de uma árvore invertida... como fantástico foi um dos alinhamentos dos bailarinos que apenas posso reproduzir aqui através da foto do programa...

Strokes through the tail, de Marguerite Donlon... acompanhado de Mozart...
Para terminar, final em beleza, um misto de boa disposição e graciosidade de movimentos...

Excelente noite, melhor companhia... a merecer repetição...

3 comentários:

Anónimo disse...

roubaste a primeira foto à Fab, certo?

PSousa disse...

Mana... eu não roubo... ;)
Autorizada, como é óbvio...

Bjs doces

Anónimo disse...

;)