Vou à capital do império...
Fiquem bem!
sexta-feira, 18 de junho de 2010
terça-feira, 15 de junho de 2010
segunda-feira, 14 de junho de 2010
2
domingo, 13 de junho de 2010
The Face behind the Book
Nota de Autor:
O Mister tem vivido muito nos últimos tempos... a um ritmo quase alucinante...
não tem repercutido as suas vivências neste espaço, porque se rendeu um pouco ao advento do facebook... a velocidade de informação é exponencial e tem feito com que me desligasse, em parte, do espaço que uso habitualmente para «gritar» o que sinto...
As mudanças vão continuar na minha Vida, no Il Mister e por onde quer que eu esteja... porque eu sou da mudança... mas prometo voltar a estar por aqui mais assiduamente...
Kisses and Hugs
terça-feira, 1 de junho de 2010
Contra-relógio
estou nos blocos
estou num bloco para não ser falso
não é falsa a partida
parto de verdade
estou a sentir o ar da frente ficar para trás
mexo-me
corro
parece-me que rápido
estou rápido
espera
não vejo os rivais
não posso pensar nisso agora
devem estar à frente
partiram tão rápido
não deu para ver
o fumo do tiro de partida cegou-me os milésimos
e não os vi por pouco
foram-se
esforço-me
vou caçá-los
vou apanhá-los
vou ser melhor
e se não puder ser melhor vou pelo menos correr tudo o que sei
tudo o que as pernas querem
os gémeos fizeram a parte deles
e no início tive tropeços mas eles aguentaram-se e levantaram-me até chegar aos passos largos em que os quadríceps e o tronco me levantam a cabeça
agora o peito arde-me mas não posso respirar
tenho que chegar ao fim num fôlego
não ouço a multidão
a minha mãe não veio
o pai saíu para fumar
não interessa
a meta já ali está
não está ninguém à frente
nem passos atrás dos meus
devo ser o último
vão rir-se de mim
não os vi
passaram tão rápido que o fumo turvou-me
vou cortar
cortei
cortei-me
tenho uma marca no peito de uma fita dourada
não vejo nenhum
põem-me uma medalha
depois tiram-ma
anulam a corrida
não percebo nada
vão para me fazer perguntas para o jornal regional mas depois arrependem-se
vão para me dar os parabéns mas arrependem-se
a minha tia
o meu padrinho
o meu irmão
a minha mãe
o meu primo
o meu pai
vão para me beijar mas estacam
estacam todos e até eu
estacamos todos a olhar para os blocos
somos blocos
estão nos blocos
os poetas ficaram nos blocos a beber chá
pensei que a corrida fosse para ganhar
e então corri
não sabia que era para beber chá
não trouxe saquinho
trouxe o saco que tem uma toalha e uma garrafa de água
mas o saquinho de chá deixei na casa da minha avó
à minha espera para ficar forte
e volto para trás numa corrida lenta ao contrário
provo-vos o chá
e cansado bebo-o para me despertar
mas fraquinho tombo porque o saco que vos deram era pequeníssimo e só dava para todos
se sabia tinha ficado para trás de propósito para ser como são
não sabia
não fiquei
assim sou eu
fiquem comigo por favor que eu não tenho com quem ficar
João Negreiros, In a verdade dói e pode estar errada
Tenho a noção que, por vezes,
arranco,
acelero,
não espero,
fico à frente,
sem olhar para o lado...
sem me preocupar com quem está a(d)o meu lado...
Faço a corrida sozinho,
dito o meu ritmo,
objectivo
e vivo...
muito...
intensamente...
como se não houvesse amanhã...
Prefiro 1.000 vezes correr para(por) Ti!
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