Morfina ÁCiD(C)a

Não sou deste mundo...
a t-shirt...
apresenta um escrito bíblico...
representa aquilo "que sou" e o que pensava dos AC/DC...
Não pensei ir ao concerto, até o Much Point se ter lembrado de matar saudades com um jantar para falarmos da vida em geral e de (des)amores em particular, acompanhado de uma bela oferta de ida ao espectáculo dos «velhotes», com ele...
«Back in black» com o excerto do livro de João estampado no peito e após bela conversa... (mais um Amigo que vejo reentrar no patamar da felicidade pessoal)... rumamos à toca do leão...
À entrada, uma injecção de morfina é-me dada ao vivo e sem cor...
Cruzo-me com a mentira... a cobardia, essa foge (como é seu timbre)...
Indiferença é o sentimento reinante, esse e o de satisfação plena pela certeza das decisões que tomo... raramente me engano... mesmo...
e as coincidências continuam a dar matéria para livro... cada vez mais extenso...

Alvalade a encher... Mundo Cão no palco...

Laginha e a banda de Braga não enganam... são mesmo bons... voz e músicos em perfeita comunhão, a merecerem bem o prémio da escolha para banda de abertura...
Acabam com «Morfina»... da maneira como eu tinha começado...
injectado para o milénio... Não sendo Elliot Ness, sinto-me «Untouchable»...

Estádio cheio
Entrada brutal em palco com fantástica banda desenhada e som mil vezes mais potente do que o infelizmente disponibilizado para os Mundo Cão...
rebenta com os tímpanos mais serenos...

A adrenalina sobe e é impossível mesmo para quem, como eu, não era apreciador, ficar indiferente às constantes descargas de decibéis prestadas por quem anda nisto há séculos...
o som mais potente que alguma vez ouvi num estádio... cargas consecutivas de «TNT» a rebentarem...
a acidez mais corrosiva que alguma vez senti numa banda...
e um cuidado brutal com a imagem... cheia de pequenos details verdadeiramente soberbos...
da locomotiva, ao sino, passando pela gigantesca boneca insuflável (que me fez lembrar mesmo alguém), a realização fantástica passada para os ecrãs gigantes, culminando com o solo FANTÁSTICO, em diversos patamares, de Angus Young...
o verdadeiro showman...

Sem You, mas com um «...shook all night long»...
Uma verdadeira «War Machine», a banda dos irmão escoceses...
Fiquem com a descarga de alta voltagem do trovão...

Sei qual o meu caminho, apenas não sabendo se termina na «Highway to Hell» (como o concerto)... mas tal, é-me simplesmente indiferente, como alguém, a partir de... agora!

Abençoado ano de 2009!