segunda-feira, 24 de maio de 2010

Desejo

«O amor que você conhece não é mais do que um impulso biológico; depende da sua própria química e hormonas. É facilmente mutável - uma mudança na sua química e o amor que considerava uma "verdade absoluta" simplesmente desaparece. Você chamou "amor" ao desejo.»

In "Amor, Liberdade e Solidão", de Osho

Mais do que imaginava...

terça-feira, 18 de maio de 2010

Mente Brilhante, sem rede

Achava que conhecia a obra de Joana Vasconcelos...
Como estava enganado...
Não se resume nada às obras mais publicitadas...
tendo sido mesmo, as menos conhecidas que me despertaram maior atenção...
na exposição antológica que encerra hoje no CCB.
É uma corrente criada por uma mente brilhante, cheia de metamorfoses e onde a imaginação é apenas o princípio de todas as coisas...
«Sem rede», porque não precisa dela para explanar toda a sua imaginação...
Adorei!
Joana... Mulher... Portuguesa... Genial!

Mais fotos aqui...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

World Press Photo of K'10

Mais política...
Mais plástica...
Mais gratuita...

A WPF deste ano não sendo uma desilusão, fica aquém das (minhas) expectativas...
Há já algum tempo que conhecia os premiados... mas ver as imagens ao vivo, é sempre bem diferente...

O que retiro do evento deste ano, é que se estão a premiar fotos com demasiado cariz político... colocando a qualidade das mesmas, de lado...
A imagem sempre foi uma arma, mas...
A photo of the year, é claramente um exemplo... a fazer lembrar o que o meu Amigo NRS dizia há dias sobre as fotos da National Geographic: «têm de estar tremidas»...

Por outro lado, há fotos demasiado «plastificadas», parecem alvo de uma preparação demasiado cuidada... foto para mim, é momento... não encenação...

Por último, a gratuitidade de algumas imagens... adoro fotografia de guerra desde pequeno, mas a violência, por existir, não tem necessariamente de ser gratuita... e as imagem de crianças mortas em escombros, são no caso destas escolhas, demasiado gratuitas...

Das fotografias apresentadas, segue a minha eleição:
Melhor foto do ano
Na Faixa de Gaza, a vida continua apesar dos bombardeamentos...

Melhor imagem de desporto
Ironman World Championships, Hawai.

Best Portrait
«Tokyo Subway Dream»

Melhor imagem de guerra
Os Marines têm como divisa «Semper Fi». O soldado Zachery Boyd demonstra essa crença, munido da sua arma e exibindo os seus shorts com a igualmente reconhecida label «I love NY», enquanto ajuda os seus companheiros.

Se tiverem oportunidade, a exposição estará patente no Museu da Electricidade até ao final desta semana.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Interruptor


Hoje
quando estava a sair de casa
olhei para o relógio e percebi que devias estar p'ra chegar

e então deixei a luz da cozinha acesa
porque é a que gasta menos
para que não encontrasses a casa às escuras na chegada

mas depois pensei melhor

ao chegares
vendo a luz acesa
podias pensar que eu estava em casa a fazer-te uma sandes de atum ou um cachorro
e ias ficar desiludida

porque eu estou a sair

e quando chegares já me fui

e vais sentir a mostarda ou a maionese no canto da boca
mas vai ser mentira

por isso
para não te desiludir
saio deixando atrás de mim a casa escura

para não te magoar


João Negreiros, in «a verdade dói e pode estar errada»

Há pessoas que têm o dom de nos fazer click...

terça-feira, 11 de maio de 2010

Espaço Impossível


Se este ferro queres quebrar,
se esta pedra queres sentir,
se este vento queres ter paz,
mas se encontras queres fugir.

Se tens vida queres mudar,
mas se mudas não te vês.

Quem procura encontrar,
quem encontra para esquecer,
como a noite amanhece,
qualquer santo enlouquece.

Quando acordas queres amar,
porque o mundo faz-te frio,
como água quer ser mar,
a chuva quer ser rio.

Se és semente queres crescer,
mas sem água vais secar,
vais ser tu a ir buscar,
o que o mundo não te der.

Como a noite amanhece,
qualquer santo enlouquece.

Queres o espaço impossível,
queres arder o que apagou.
Queres a escolha que passou,
mas tudo é... o que tem que ser,
tudo flui... ou te faz crescer.

Leve para o mar,
tudo é o que tem que ser.

Quando dói não vais gostar,
mas não sais sem repetir,
quando voltas dói-te mais,
mas não sabes resistir.

Porque pomba quer ser águia,
e a águia um falcão.
Como um mar quer tempestade,
e a tempestade furacão,
vais prender-te ao precipício,
porque o perigo é um vício.

Queres o espaço impossível,
queres arder o que apagou,
queres a escolha que passou,
mas tudo é... o que tem que ser,
tudo flui... ou te faz crescer.

Leve para o mar,
tudo é o que tem que ser.


Tiago Bettencourt & Mantha

Durante semanas,
quis esse espaço impossível,
quis arder o que apagou,
quis a escolha que passou,
ofendi quem não devia,
magoei quem não queria...
Quando dói não vais gostar,
mas não sais sem repetir,
quando voltas dói-te mais,
mas não sabes resistir.
Mas tudo é... o que tem que ser.
Tudo flui... ou te faz crescer.

Esta música passa a ser oficialmente o meu hino!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Queremos Paz 3.0

Érase una vez, algo que se desejava bonito... dançável até, numa qualquer Tango Square...

Achei que seria Diferente...

ao ritmo de Una Musica Brutal...
Nunca dei ouvidos aos sinais de Peligro que me foram enunciados desde o primeiro instante...
Gosto de correr riscos e achei, por momentos, por muitos momentos, que seria(mos) superior(es) a tudo o que de negativo se anunciava...
O objectivo era o de sempre... atingir La Gloria...

Descobrir Tu Misterio...
E nem com Mil Millones de vozes contra, aprendi a lição...
Não gosto de quem se anuncia como El Mensajero da desgraça... mas realmente, tinha(mos) a Desilusion

a assistir na primeira fila do nosso espectáculo... uma novela ou uma Rayuela, como lhe queiram chamar...
Do céu...

ao inferno, foi um passo...

De equívoco em equívoco, quanto mais exclamava: «Queremos paz!», mais promovia(mos) a guerra... mas a estória durou pouco (como a versão tocada no concerto de sexta, meros segundos pelo meio de Mil Millones)...
Que as variáveis eram negativas, eu sabia... que as hipóteses eram quase nulas, também... mas um dia escreveram-me uma frase do país das maravilhas: «This is impossible! Only if you believe it is...» e eu quis acreditar que era possível, como acredito sempre...
Há uma imagem particular que nunca vou esquecer...

Resta-me agradecer os bons momentos...

regressar ao meu ritmo natural...

e fazer-me à estrada,

não sei se à Route 66, se à Panamericana... com ou sem a ajuda divina de Santa Maria, dita del Buen Ayre...

E passar a mensagem De hombre a hombre... para que não cometam os mesmos erros...
Esta é Mi Confésion.

Descansa...

Queremos Paz!

Nota: Texto concebido a partir do alinhamento (em itálico) do concerto da passada sexta-feira.
Gotan não foi o que desejava (melhor o concerto do Campo Pequeno), por algumas variáveis que não merecem explicação, bem como o facto de ser a 3.ª apresentação vivenciada de uma das minhas bandas predilectas. Como tal, o nível de exigência era bastante mais elevado. O problema, aliás, é sempre o nível de exigência.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Green Zone

«A Verdade da Mentira» seria adequado, mas esse título já existe para um filme bem menos interessante...
Paul Greengrass trouxe à luz do dia, a adaptação do livro premiado «Imperial Life in the Emerald City: Inside Iraq's Green Zone» de Rajiv Chandrasekaran, jornalista-chefe do jornal Washington Post em Bagdad, que retrata o ambiente vivido imediatamente após a queda de Sadam, na capital iraquiana.

A Green Zone é uma espécie de oásis de 10km2, onde se toma champagne, junto a uma piscina e se brinca como se a poucos kms de distância, o caos não reinasse nas ruas, sem água potável ou combustível...
Cenário vivenciado em cada invasão americana e que pode ser revisto em filmes como «Salvador» de Oliver Stone... ou numa invasão perto de si...
A mentira?
A não existência de armas de destruição maciça e a «fictícia» luta de um soldado (Matt Damon) para perceber o que realmente se passa...
Fictícia e fraticida para algo que ainda hoje está por explicar... embora todos defendam que aquele ditador tinha obviamente de ser deposto...
Trama bem urdida, de «exército de um homem só»... bem realizada (os movimentos de câmara correspondentes ao movimento humano são imagem de marca de Greengrass que já os tinha apresentado em dois dos filmes da saga Bourne)...
Polémica q.b. para originar um fracasso nas bilheteiras americanas, avessas a realidades contrárias ao regime...
Adrenalina para matar saudades do «homem sem identidade», com um Damon a aparentar os primeiros sinais de velhice (serão propositados?), mas em excelente forma...
Destaque também para o actor Yigal Naor, com um excelente desempenho como general iraquiano.
Filme a merecer mais destaque do que um simples thriller...
Para nos lembrar que há valores que ainda devíamos preservar, como sejam a lealdade, a honra e fundamentalmente, a verdade... e não nos esquecermos que nem sempre os que estão «ao nosso lado», estão «do nosso lado»...

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Matrix?

«Semeia um acto e colherás um hábito, semeia um hábito e colherás um carácter, semeia um carácter e colherás um Destino»
Preceito Hindu
(frase gentilmente cedida por CG)

E tu, acreditas no Destino?

quarta-feira, 5 de maio de 2010

O amor dos números

Dedicado ao cometa que iluminou a minha vida nos últimos seis meses...

5 dedos do pé
5 dedos da mão
faz agora marcha a ré
e atraca o coração

os ouvidos são para ti
os gemidos são os teus
sempre que a gente ri
é por ti e não por Deus

casta como a flor da abelha
livre como o sino que desaba
és bonita até ser velha
és bonita e não acaba

tens o corpo até aos pés
esbanjas razões p'ra viver
invejam-te de lés a lés
mesmo em jeito de te querer

a afeição que te tenho
na proporção do ódio por todos
é o amor que abocanho
que estrebucha com maus modos

e temos membros a rasgar cama
uivos a fazer de gritos
assim como a gente se ama
envergonha do amor os mitos

e sabes-me melhor que a mim
por levar a pele azeda
fazes-me tão ruim
és melhor que eu até queda

é que por mais que mexa
não chego aonde estás
e a beleza que em ti vejo
não é a mesma que me dás

mas em ti fica até bem
por ter sempre sua lógica
eu amo sem ter a quem
a rejeição antológica

que devia estar nos compêndios
a fazer de separador
os manuais fiz lendo-os
e lecciono males de amor

com as folhas reviradas
pelo vento que anuncia
és tão linda em minha mente
quando sais levas o dia

e fazes-te cara como o dinheiro
desprezas-me todo por ser inteiro
e sou o que implora por ti primeiro
com o suspiro mais profundo

tenho um ardor quase guerreiro
também imploro por ti segundo
sou o que implora por ti terceiro
amo de olhar e assim fecundo

ao mundo podre dou desdém desde o parto
os néctares e a ternura guardo-os para ti
imploro sem pudor sou o teu quarto
és perfeita desde o mal que te vi

e sou quem implora por ti quinto
a palavra decora só quando não minto
e sou quem implora por ti sexto
e esta demora é só um pretexto

para te contar os cabelos
que me sustentam o tédio
vou subir na sede de tê-los
como se o amor fosse um prédio

imploro por ti até ao fim dos números
os que tombam para além do caderno dos quadrados

da magia que me deitas sorvo os mais líquidos sumos
os que desejam assim não podem estar errados


João Negreiros

Tão interessantemente coincidente...
Assim FIm.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Mea (des)culpa

Por vezes, necessitamos levar com uma bigorna ou um taco de basebol na cabeça, para «cairmos na real»...
A nossa consciência altruísta, pode revelar-se em determinados momentos de um egoísmo exacerbado...
Exaltamos as piores características que temos... algumas que até nos custam a acreditar que existam em nós...
Damos connosco a pensar: «este não sou eu!»
E no entanto, erramos...e muito pior, teimamos no erro... atropelamos, magoamos... aqueles de quem mais gostamos...sem razão aparente... sem nos consciencializarmos, que os outros não pensam como nós... não têm de estar sujeitos à pressão que gostamos de sentir... nem têm de vivenciar ao nosso ritmo...
Enleamo-nos numa teia de equívocos, que acaba por ter como único destino, o sufocar do que pretendemos criar... e em última análise, a nossa própria agonia...

Quando consideramos que somos muito melhores... porque crescemos... porque evoluímos... algo ou alguém acaba por nos demonstrar que ainda temos muito caminho para trilhar... muito para crescer... muito para evoluir... e que há coisas que, definitivamente, não queremos voltar a repetir!
Mea (des)culpa!