«and know that the future is unwritten...
Make the most of that!»
Declaração de suicídio em Flash Forward
Depois de um fim de semana arrasador...
De Carlos Bica a Fi...
de Blasted Mechanism a Muse...
Que dizer?
Carpe Diem...
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Call of Duty
Provavelmente, a melhor foto do ano (Afeganistão, Carlos Barria, Reuters) ilustra um momento menos interessante da minha vida...
O mal de quem não abandona «companheiros de armas», tem a «mania das operações especiais» e o hábito de cumprir sempre as «missões» confiadas...
Desculpa não ter sido um amigo melhor...
O mal de quem não abandona «companheiros de armas», tem a «mania das operações especiais» e o hábito de cumprir sempre as «missões» confiadas...
Desculpa não ter sido um amigo melhor...
(Nothing) Dead, Combo
Last Friday,
para além de um interessante reavivar de memórias de juventude ao jantar, com o ideal acompanhamento do Cardeal e Catw, tivemos (eu e a Cat) oportunidade de conhecer mais profundamente o dueto que me foi apresentado meses atrás pela Braba (a Amiga das surpresas musicais)...
Dead Combo,
num cenário que adoro (Jardim de Inverno do São Luiz)... pouco, mas muito bem iluminado...
Dizia a Catw que lhe lembrava Família Adams... a mim, um filme do Drácula... já que Tó Trips ( o guitarrista) se esconde de forma soberba debaixo de uma cartola, com imenso estilo...
As músicas de Combo parecem predestinadas a serem bandas sonoras de filmes de Tarantino... os executantes são de primeira linha...
Uma cena de arranque de concerto, retenho na memória... um leve empurrão dado por Pedro Gonçalves (contrabaixo) a um pequeno candeeiro que pairava sobre as suas cabeças e que baloiça continuadamente até ao fim da primeira música...
um sinal de faroeste...
numa música que alterna ritmos entre jazz, fado, tango e salsa
com sabor a western vadio... ou a restaurante chinês (Like a Drug dos Queen of the Stone Age, muito bem «adulterado»)
As deliciosas introduções minimal de Tó Trips, dão um toque humorístico aos intervalos entre músicas, ouvidas como se de uma casa de fado se tratasse... o silêncio é absoluto em cada peça...
Um jogo de sombras fantástico instala-se por trás dos músicos que a determinada altura passam a acompanhar o recital...
o excelente baterista Alexandre Frazão, a surpresa Ana Araújo no piano,
João Cabrita no saxofone, João Marques no trompete e Jorge Ribeiro no trombone...
Ora se observa um projectado guitarrista de cartola,
um contrabaixista, um baterista no seu melhor...
Espero que as filmagens dêem em DVD, porque foi realmente soberbo!
(as que aqui apresento, apesar de não autorizadas e de pouca qualidade, foram feitas por algum intrépido que pelo menos merece o reconhecimento de ter ajudado a perpetuar aquela noite)
para além de um interessante reavivar de memórias de juventude ao jantar, com o ideal acompanhamento do Cardeal e Catw, tivemos (eu e a Cat) oportunidade de conhecer mais profundamente o dueto que me foi apresentado meses atrás pela Braba (a Amiga das surpresas musicais)...
Dead Combo,
num cenário que adoro (Jardim de Inverno do São Luiz)... pouco, mas muito bem iluminado...
Dizia a Catw que lhe lembrava Família Adams... a mim, um filme do Drácula... já que Tó Trips ( o guitarrista) se esconde de forma soberba debaixo de uma cartola, com imenso estilo...
As músicas de Combo parecem predestinadas a serem bandas sonoras de filmes de Tarantino... os executantes são de primeira linha...
Uma cena de arranque de concerto, retenho na memória... um leve empurrão dado por Pedro Gonçalves (contrabaixo) a um pequeno candeeiro que pairava sobre as suas cabeças e que baloiça continuadamente até ao fim da primeira música...
um sinal de faroeste...
numa música que alterna ritmos entre jazz, fado, tango e salsa
com sabor a western vadio... ou a restaurante chinês (Like a Drug dos Queen of the Stone Age, muito bem «adulterado»)
As deliciosas introduções minimal de Tó Trips, dão um toque humorístico aos intervalos entre músicas, ouvidas como se de uma casa de fado se tratasse... o silêncio é absoluto em cada peça...
Um jogo de sombras fantástico instala-se por trás dos músicos que a determinada altura passam a acompanhar o recital...
o excelente baterista Alexandre Frazão, a surpresa Ana Araújo no piano,
João Cabrita no saxofone, João Marques no trompete e Jorge Ribeiro no trombone...
Ora se observa um projectado guitarrista de cartola,
um contrabaixista, um baterista no seu melhor...
Espero que as filmagens dêem em DVD, porque foi realmente soberbo!
(as que aqui apresento, apesar de não autorizadas e de pouca qualidade, foram feitas por algum intrépido que pelo menos merece o reconhecimento de ter ajudado a perpetuar aquela noite)
terça-feira, 24 de novembro de 2009
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Jay Jay JohanS(aig)on
JJJ tem na sua música algo que me «toca» muito de perto...
Todas as letras parecem concebidas para a minha vida...
para a minha e seguramente para a de outros tantos... que eu não sou assim tão diferente...
Conhecendo uma série das suas melancólicas baladas, é impressionante como não tenho um único CD ou MP3 (já tratado!)...
À descoberta do seu som parti na passada sexta feira, na glamorosa companhia de Miss Saigon... uma noite de descobertas e (re)conhecimentos mútuos... ela que tanto tem impactado a minha vida nos últimos dias... como só ela própria e (os) deus(es) sabe(m)... ;)
O concerto e a noite foram uma agradável surpresa, porque Jay Jay Johanson surpreendeu pelo facto de não usar beats, fazendo-se acompanhar única e exclusivamente pelo som do piano, dando uma roupagem totalmente diferente ao conhecido...
E quanto ao desconhecido... impressionante como parecia tê-lo desde sempre na minha memória...
Ambiente intimista que rima com Santiago Alquimista...
permitiu degustarmos algo que desconhecíamos, inclusivé a companhia um do outro...
Espectáculo excelente com direito a duplo encore (este último não previsto e com beats a fazerem lembrar uma discoteca) e com a bela surpresa da cover «Suicide is painless» dos Manic Street Preachers...
E não se ficou por ali... destilámos alquimia no Urban, noite dentro, temporal fora, num alvo e confortável sofá...
Para mais tarde recordar... essa e outras noites extraordinárias...
Todas as letras parecem concebidas para a minha vida...
para a minha e seguramente para a de outros tantos... que eu não sou assim tão diferente...
Conhecendo uma série das suas melancólicas baladas, é impressionante como não tenho um único CD ou MP3 (já tratado!)...
À descoberta do seu som parti na passada sexta feira, na glamorosa companhia de Miss Saigon... uma noite de descobertas e (re)conhecimentos mútuos... ela que tanto tem impactado a minha vida nos últimos dias... como só ela própria e (os) deus(es) sabe(m)... ;)
O concerto e a noite foram uma agradável surpresa, porque Jay Jay Johanson surpreendeu pelo facto de não usar beats, fazendo-se acompanhar única e exclusivamente pelo som do piano, dando uma roupagem totalmente diferente ao conhecido...
E quanto ao desconhecido... impressionante como parecia tê-lo desde sempre na minha memória...
Ambiente intimista que rima com Santiago Alquimista...
permitiu degustarmos algo que desconhecíamos, inclusivé a companhia um do outro...
Espectáculo excelente com direito a duplo encore (este último não previsto e com beats a fazerem lembrar uma discoteca) e com a bela surpresa da cover «Suicide is painless» dos Manic Street Preachers...
E não se ficou por ali... destilámos alquimia no Urban, noite dentro, temporal fora, num alvo e confortável sofá...
Para mais tarde recordar... essa e outras noites extraordinárias...
terça-feira, 17 de novembro de 2009
De(s)peche Mode
Começa e acaba com filas... muitas (e não para o concerto)... cenas hilariantes de filme mexicano (ou diria brasileiro?)... para noutro dia serem contadas...
Atlântico a encher-se... Amigos a encontrarem-se... Le Bon, BM3, Estrela do Mar e Pax, meus companheiros de jornada... tempo ainda para um beijo na TVG que também estava por lá...
Todos habitués dos concertos, mas apenas eu sou 'o' fã...
Depeche é a 'minha' banda e não espero nada menos que um fantástico concerto...
Foi o que recebi... a exemplo do que já tinha assistido neste mesmo palco, três anos antes... desta vez muito mais sentido... porque o faz, nesta altura...
Começamos pelo último álbum «Sounds of the Universe», um videowall brutal, que se conjuga a cada música que passa, desde o primeiro timbre à última nota...
O concerto vale pelas imagens que desfilam e pelo som que me coloca «sozinho» a curtir...
Um miúdo que se torna velho, um velho que se torna criança, enquanto uma mulher tenta melhorar a sua forma física no globo que seria o mote de todas as músicas... (In Chains)
Um corvo que circunda um deserto, pára para escutar a música, nos observa do globo, partindo quando o som termina... (Walking in my shoes)
Sem imagens, mas uma das minhas preferidas (acho que são quase todas, mas esta diz-me muito)... uma mota a passear pela minha mente, a preto e branco (Question of time)
It's no Good, a que me diz mais, neste momento...
Uma bola cheia de balões que se esvazia ao som da música do teu quarto, ficando os mesmos «pendurados» no tecto do videowall... (In your room)
Astronautas (DM) a degustarem o som do silêncio (uma das melhores músicas de sempre - Enjoy the Silence)...
Bailarinas distorcidas a dançarem algo muito pessoal (Personal Jesus)...
Dou-me conta que estou a viver todo aquele momento, ausente de pensamento, ausento-me dos Amigos, entro noutra dimensão e «tripo» com desconhecidos à minha volta,
ao som de música que acompanhou toda a minha vida...
Um final que merecia um novo encore... demasiado profissionais ou «despechados» diriam uns...
Eu «apenas» refiro que é, provavelmente, o melhor concerto do ano... fazendo esquecer a «não viagem» ao Porto, para os ver no SB... apenas Muse os poderá ultrapassar...
Fiquem com um «cheiro» integral (mesmo!) do set... desta vez só com gravações puras (ou nem tanto) do Atlântico...
In Chains
Wrong
Hole to Feed
Walking In My Shoes
Question of Time
Precious
World In My Eyes
Fly on the Windscreen
Sister of Night
Home
Miles Away/The Truth Is
Policy of Truth
It's No Good
In Your Room
I Feel You
Enjoy the Silence
Never Let Me Down Again
One Caress
Stripped
Behind the Wheel
Personal Jesus
Obrigado, a quem os gravou...
Atlântico a encher-se... Amigos a encontrarem-se... Le Bon, BM3, Estrela do Mar e Pax, meus companheiros de jornada... tempo ainda para um beijo na TVG que também estava por lá...
Todos habitués dos concertos, mas apenas eu sou 'o' fã...
Depeche é a 'minha' banda e não espero nada menos que um fantástico concerto...
Foi o que recebi... a exemplo do que já tinha assistido neste mesmo palco, três anos antes... desta vez muito mais sentido... porque o faz, nesta altura...
Começamos pelo último álbum «Sounds of the Universe», um videowall brutal, que se conjuga a cada música que passa, desde o primeiro timbre à última nota...
O concerto vale pelas imagens que desfilam e pelo som que me coloca «sozinho» a curtir...
Um miúdo que se torna velho, um velho que se torna criança, enquanto uma mulher tenta melhorar a sua forma física no globo que seria o mote de todas as músicas... (In Chains)
Um corvo que circunda um deserto, pára para escutar a música, nos observa do globo, partindo quando o som termina... (Walking in my shoes)
Sem imagens, mas uma das minhas preferidas (acho que são quase todas, mas esta diz-me muito)... uma mota a passear pela minha mente, a preto e branco (Question of time)
It's no Good, a que me diz mais, neste momento...
Uma bola cheia de balões que se esvazia ao som da música do teu quarto, ficando os mesmos «pendurados» no tecto do videowall... (In your room)
Astronautas (DM) a degustarem o som do silêncio (uma das melhores músicas de sempre - Enjoy the Silence)...
Bailarinas distorcidas a dançarem algo muito pessoal (Personal Jesus)...
Dou-me conta que estou a viver todo aquele momento, ausente de pensamento, ausento-me dos Amigos, entro noutra dimensão e «tripo» com desconhecidos à minha volta,
ao som de música que acompanhou toda a minha vida...
Um final que merecia um novo encore... demasiado profissionais ou «despechados» diriam uns...
Eu «apenas» refiro que é, provavelmente, o melhor concerto do ano... fazendo esquecer a «não viagem» ao Porto, para os ver no SB... apenas Muse os poderá ultrapassar...
Fiquem com um «cheiro» integral (mesmo!) do set... desta vez só com gravações puras (ou nem tanto) do Atlântico...
In Chains
Wrong
Hole to Feed
Walking In My Shoes
Question of Time
Precious
World In My Eyes
Fly on the Windscreen
Sister of Night
Home
Miles Away/The Truth Is
Policy of Truth
It's No Good
In Your Room
I Feel You
Enjoy the Silence
Never Let Me Down Again
One Caress
Stripped
Behind the Wheel
Personal Jesus
Obrigado, a quem os gravou...
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Soube a Lobo
Regresso a Norberto Lobo... com a Lefty e o Cardeal como companhia, logo após um belo repasto a quatro, no sítio do costume do Bairro (TVG a ter de se ausentar após o mesmo)...
Na ZDB, julgávamos ir assistir a um efectivo concerto deste excelente guitarrista... ao engano, um mundo verdadeiramente alternativo à nossa volta (pessoas e músicos), três convidados no programa da Galeria que não deixam saudades... muito melhor, a nossa conversa no bar...
Quando chega a vez de Norberto, sala cheia, alguns verdadeiros fãs (como eu e a Lefty)...
ouço alguém a dizer que conhece esta música desde o verão... just like me, quando o descobri na FNAC do Chiado... vejo outros a curtirem o som como se estivessem defronte do Muro das Lamentações...
Volto a sentir a sua brilhante capacidade de execução... não existe uma nota «riscada», não existe um som fora de sítio... navega pelo seu anterior trabalho, deixando apenas 'Laura', como sinal do último 'Pata Lenta'... e tendo uma banda desenhada brasileira como cenário...
Poucas músicas (seis?), nenhum encore... sabor a pouco... onde os Amigos, sabem sempre melhor...
À espera de um concerto «a sério» do músico mais tímido que conheço, mas dos mais desinibidos na «hora das cordas»...
Na ZDB, julgávamos ir assistir a um efectivo concerto deste excelente guitarrista... ao engano, um mundo verdadeiramente alternativo à nossa volta (pessoas e músicos), três convidados no programa da Galeria que não deixam saudades... muito melhor, a nossa conversa no bar...
Quando chega a vez de Norberto, sala cheia, alguns verdadeiros fãs (como eu e a Lefty)...
ouço alguém a dizer que conhece esta música desde o verão... just like me, quando o descobri na FNAC do Chiado... vejo outros a curtirem o som como se estivessem defronte do Muro das Lamentações...
Volto a sentir a sua brilhante capacidade de execução... não existe uma nota «riscada», não existe um som fora de sítio... navega pelo seu anterior trabalho, deixando apenas 'Laura', como sinal do último 'Pata Lenta'... e tendo uma banda desenhada brasileira como cenário...
Poucas músicas (seis?), nenhum encore... sabor a pouco... onde os Amigos, sabem sempre melhor...
À espera de um concerto «a sério» do músico mais tímido que conheço, mas dos mais desinibidos na «hora das cordas»...
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Macy (not) Gr(e)ay
Se não fosse pela Moss, certamente não iria...
Macy não faz parte das minhas preferências para concertos... mas perante o convite e a companhia (a que se juntou igualmente a Brownie e su PhD), não podia rejeitar...
E o que vimos/ouvimos?
Um meio Coliseu, com um público muito cinzento (será que também estavam por convite, como eu?)... e uma artista (que apesar de todos os seus efeitos de dependência, que não musical) brilhante a tentar puxar pelo mesmo... muito bem acompanhada por um excelente conjunto de músicos e vocals...
Desnecessárias as cadeiras, que a partir da terceira música deixaram seguramente de fazer algum sentido...
Sempre a tentar puxar pelos amorfos que se encontravam em maioria... tivemos como momentos altos...
A interacção com palmas... «one time, five times, eight times»...
As surpresas de covers misturadas com os seus hits... 'You spin me round', um solo brutal de baixo em 'Creep' (quanto a mim, a melhor da noite, mas suspeito por Radiohead),
Um medley inesperado com 'If U want my body' (há quantos anos não ouvia o êxito de Rod Stewart)... 'Sex and drugs and rock n'roll'...
para culminar num poderoso 'Oblivion' com uma figura diabólica, no palco, com um bloco de notas gigante, a vaguear com a palavra 'GRITAR' no seu início e a passar a letra entre folhas de papel... criando um karaoke gigante...
Para o final, o inevitável 'I try'...
A Moss (e eu) não parou(ámos) de dançar... adorei vê-la assim...
Feliz por te ver feliz e pelo teu convite, Amiga!
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Mergulhamos ou ficamos?
Por vezes, fazes-me levitar...
outras, mergulhar...
ou simplesmente, respirar...
Apetece estar a teu lado...
oferecer-te uma flor...
mergulhar em Ti...
Mergulhamos ou ficamos?
Nils Riedweg, suíço de apenas 30 anos, tem no seu portfolio, uma série designada por «Pool», da qual reproduzo algumas das fantásticas imagens de uma misteriosa piscina.
outras, mergulhar...
ou simplesmente, respirar...
Apetece estar a teu lado...
oferecer-te uma flor...
mergulhar em Ti...
Mergulhamos ou ficamos?
Nils Riedweg, suíço de apenas 30 anos, tem no seu portfolio, uma série designada por «Pool», da qual reproduzo algumas das fantásticas imagens de uma misteriosa piscina.
domingo, 8 de novembro de 2009
Sonho dos Outros ou Venham mais cinco
Fim do festival Som da Surpresa, iniciativa da Câmara de Oeiras, e que me permite rever dois dos melhores pianistas e compositores portugueses...
Fim igualmente de uma semana fantástica navegando por diversas vertentes de piano, que começou com Brad Mehldau Trio, passou por António Pinho Vargas, extasiou com Einaudi e Gonzales e se concluíu com os mestres Laginha e Sassetti...
O diálogo e a comunhão entre os dois é simplesmente fantástica... apesar do tema base ser o jazz, foi o fado e a música popular portuguesa (José Afonso) que prevaleceu...
O duplo piano, no Auditório Ruy de Carvalho,
serviu de base a um arranque pontuado por "Vampiros" e "Venham mais cinco"... passámos por dois fados com excelentes arranjos de Mário Laginha e parámos no brilhante "Sonho dos Outros" (de Sassetti), que como referiu Laginha, nos apetece que seja o nosso sonho, a partir do momento em que o ouvimos...
Temos depois a surpresa de um arranjo da bela "Raquel", de Bau, integrado na OST do Almodôvar "Habla con Ella"...
Voltamos a José Afonso, com "Traz outro amigo também"...
e depois algo que nunca tinha visto... um improviso brutal nas cordas do piano e que deixa a plateia a pedir mais, muito mais...
Voltamos aos fados com uma brincadeira a quatro mãos e culminamos a quinta noite de piano em oito dias...
Apetece dizer: Venham mais cinco!
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Kings of Dependence
Declaro-me dependente... de boa música...
Regresso a Kings of Convenience... um ano e pouco após a Suay me ter apresentado estes noruegueses no Cascais Jazz Fest...
Com a melhor música deles (Misread),
também me apresentei no dia seguinte, a esse concerto, a uma Mulher fascinante que tomou conta dos meus dias e noites no Verão passado... depois, tomei o norte como rumo... rejeitei o país central que ela (do Sul) me quis oferecer... provavelmente porque «I could never belong to her» (como em Boat Behind)...
Hoje recordei com a longínqua Suay, o belíssimo momento de improvisação que os Kings nos deram no ano passado pelo facto de não terem guitarras de reserva... e relembrei com a Catw, antes de entrarmos, as peripécias dessa noite na Cidadela de Cascais... a minha Amiga só desejava ser surpreendida... e creio que o fomos... positivamente...
Duas horas... que começaram com vozes «quase à capela»... há quem relembre Simon and Garfunkel...
por mim, dificilmente encontro dois outros artistas que se complementem tão bem quanto estes...
A parte final foi seguramente a mais interessante... pelo meio, temos uma incursão do excêntrico Erlend Øye até meio de um Coliseu repleto e surpreso com a proximidade... e a substituição das palmas pelo estalar de dedos, a pedido dos artistas...
Navegamos entre os álbuns anteriores e o seu mais recente Declaration of Dependence e passada uma hora de actuação, entram em cena o soberbo violinista Tobi (devia actuar a solo, tal é qualidade) e o contra-baixo Davide...
Surge o pedido para todos se levantarem das cadeiras e daí até ao fim, o verdadeiro espectáculo, com a interpretação de Boat Behind (a minha preferida do último trabalho)
o já referidoMisread, passando pelo não menos conhecido I'd rather dance with you, com o público a ser convidado a saltar para o palco e a rodear os músicos num acompanhamento fantástico e com Øye (sempre ele) a dançar e a fazer dançar todos os que o rodeiam, colocando a plateia em êxtase, quando se desligam as luzes do palco a seu pedido e todos cantam a uma só voz...
Depois os encores... com o habitual Corcovado e mais um brilharete com o não menos habitual número de trompete humano de Øye...
Por fim, terminamos com Cayman Islands e uma vez mais, o «rapaz dos óculos» a correr toda a sala duma ponta à outra e a saírmos satisfeitos por mais uma noite de boa música...
Regresso a Kings of Convenience... um ano e pouco após a Suay me ter apresentado estes noruegueses no Cascais Jazz Fest...
Com a melhor música deles (Misread),
também me apresentei no dia seguinte, a esse concerto, a uma Mulher fascinante que tomou conta dos meus dias e noites no Verão passado... depois, tomei o norte como rumo... rejeitei o país central que ela (do Sul) me quis oferecer... provavelmente porque «I could never belong to her» (como em Boat Behind)...
Hoje recordei com a longínqua Suay, o belíssimo momento de improvisação que os Kings nos deram no ano passado pelo facto de não terem guitarras de reserva... e relembrei com a Catw, antes de entrarmos, as peripécias dessa noite na Cidadela de Cascais... a minha Amiga só desejava ser surpreendida... e creio que o fomos... positivamente...
Duas horas... que começaram com vozes «quase à capela»... há quem relembre Simon and Garfunkel...
por mim, dificilmente encontro dois outros artistas que se complementem tão bem quanto estes...
A parte final foi seguramente a mais interessante... pelo meio, temos uma incursão do excêntrico Erlend Øye até meio de um Coliseu repleto e surpreso com a proximidade... e a substituição das palmas pelo estalar de dedos, a pedido dos artistas...
Navegamos entre os álbuns anteriores e o seu mais recente Declaration of Dependence e passada uma hora de actuação, entram em cena o soberbo violinista Tobi (devia actuar a solo, tal é qualidade) e o contra-baixo Davide...
Surge o pedido para todos se levantarem das cadeiras e daí até ao fim, o verdadeiro espectáculo, com a interpretação de Boat Behind (a minha preferida do último trabalho)
o já referidoMisread, passando pelo não menos conhecido I'd rather dance with you, com o público a ser convidado a saltar para o palco e a rodear os músicos num acompanhamento fantástico e com Øye (sempre ele) a dançar e a fazer dançar todos os que o rodeiam, colocando a plateia em êxtase, quando se desligam as luzes do palco a seu pedido e todos cantam a uma só voz...
Depois os encores... com o habitual Corcovado e mais um brilharete com o não menos habitual número de trompete humano de Øye...
Por fim, terminamos com Cayman Islands e uma vez mais, o «rapaz dos óculos» a correr toda a sala duma ponta à outra e a saírmos satisfeitos por mais uma noite de boa música...
Geniales ao quadrado
Esta foi noite de Kings... mas não resisto a replicar o que acabei de descobrir... ainda sobre a noite de terça...
Um dos melhores momentos de Gonzales na Culturgest...
Genial!
Um dos melhores momentos de Gonzales na Culturgest...
Genial!
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
In extremis Gonzales
Continuando nesta senda/semana fabulosa de pianos... chego a Gonzales...
Esgotado, mas a conseguir bilhete no próprio dia e a conseguir «despachar» o já requisitado para Skunk Anansie...
A curiosidade para assistir a um espectáculo tão comentado nos circuitos alternativos... falou mais alto... e não dei por mal empregue o meu tempo e a determinação em estar presente (sinal que quando quero... vou!).
Repito a sala de sábado (Culturgest), repito a fila (será que desistem destas apresentações por se darem conta que estão na primeira?), repete-se o piano lindíssimo...
O espectáculo é totalmente diferente... Solo Piano, mas...
Gonzo apresenta-se de roupão!?! e os seus tradicionais chinelos... faz-me lembrar sem o cabelo cheio do habitual gel, o Manuel João Vieira :)
O alinhamento inicia-se com Gogol...
Após três músicas, começa a verdadeira interacção nonsense com o público, primeiro classifica-se:
«Eu já fui candidato a um Grammy, eu estou no Guiness (27 horas consecutivas a tocar piano) e sim, sou um egocêntrico... e nós, os artistas, não somos todos?»
Depois, explica o seu desgosto pelo uso e abuso de major notes (as alegres) que são, segundo ele, as mais fáceis, falsas e ilusórias... prefere as minor (eu também) por serem mais cruas, mais fortes...
(quem tiver interesse, no seu DVD «From Major to Minor», tudo aparece melhor retratado)...
Segue-se o ódio pelo laranja, por ser a cor da Easyjet, pelos vistos a companhia de eleição?!?
E daí partimos para um clapping hands soberbo sob a sua direcção... passamos por peças fantásticas...
Assistimos a uma world premiére com o seu novo rap «Grudge» tocado ao piano...
e chegamos a mais um momento alto da noite... o famigerado «Singalong» com o público a entoar a duas escalas? o «hmmmmmmmm»...
Daí ao seu êxito «Take me to Broadway» é um passo...
Chegam os encores... um miúdo provoca-o, pergunta se consegue tocar «Eye of the tiger»... diz que não se lembra, mas nem hesita... uma segunda nota falhada... recomeço... e daí em diante até ao final... de espanto!
Finalmente, chama uma qualquer Pilar do público (que não se vai esquecer, nem da actuação nem da pronúncia de Gonzales) para ser ela a tocar uma música de duas notas enquanto Gonzo canta mais um rap e finaliza uma actuação genial, com o público a acompanhar sem necessidade de ter sido requisitado, com o tal «hmmmmmmmm»...
Um entertainer puro!
Esgotado, mas a conseguir bilhete no próprio dia e a conseguir «despachar» o já requisitado para Skunk Anansie...
A curiosidade para assistir a um espectáculo tão comentado nos circuitos alternativos... falou mais alto... e não dei por mal empregue o meu tempo e a determinação em estar presente (sinal que quando quero... vou!).
Repito a sala de sábado (Culturgest), repito a fila (será que desistem destas apresentações por se darem conta que estão na primeira?), repete-se o piano lindíssimo...
O espectáculo é totalmente diferente... Solo Piano, mas...
Gonzo apresenta-se de roupão!?! e os seus tradicionais chinelos... faz-me lembrar sem o cabelo cheio do habitual gel, o Manuel João Vieira :)
O alinhamento inicia-se com Gogol...
Após três músicas, começa a verdadeira interacção nonsense com o público, primeiro classifica-se:
«Eu já fui candidato a um Grammy, eu estou no Guiness (27 horas consecutivas a tocar piano) e sim, sou um egocêntrico... e nós, os artistas, não somos todos?»
Depois, explica o seu desgosto pelo uso e abuso de major notes (as alegres) que são, segundo ele, as mais fáceis, falsas e ilusórias... prefere as minor (eu também) por serem mais cruas, mais fortes...
(quem tiver interesse, no seu DVD «From Major to Minor», tudo aparece melhor retratado)...
Segue-se o ódio pelo laranja, por ser a cor da Easyjet, pelos vistos a companhia de eleição?!?
E daí partimos para um clapping hands soberbo sob a sua direcção... passamos por peças fantásticas...
Assistimos a uma world premiére com o seu novo rap «Grudge» tocado ao piano...
e chegamos a mais um momento alto da noite... o famigerado «Singalong» com o público a entoar a duas escalas? o «hmmmmmmmm»...
Daí ao seu êxito «Take me to Broadway» é um passo...
Chegam os encores... um miúdo provoca-o, pergunta se consegue tocar «Eye of the tiger»... diz que não se lembra, mas nem hesita... uma segunda nota falhada... recomeço... e daí em diante até ao final... de espanto!
Finalmente, chama uma qualquer Pilar do público (que não se vai esquecer, nem da actuação nem da pronúncia de Gonzales) para ser ela a tocar uma música de duas notas enquanto Gonzo canta mais um rap e finaliza uma actuação genial, com o público a acompanhar sem necessidade de ter sido requisitado, com o tal «hmmmmmmmm»...
Um entertainer puro!
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Desistir de nós
Se eu voltasse atrás, o que faria?
Podia fazer tudo o que não fiz
poderia querer tudo o que não quis
sabendo, embora, que nada mudaria.
O destino decidiu o que seria
Falaste como fala uma boa actriz,
guião desenhado no quadro a giz
e disseste-me adeus, e chovia.
Percebo bem que não foste sincera.
O que ia acontecer era o que era
e um adeus não tem de ser desistente.
Mas se penso em ti e quero mudar
a vida não recua, está sempre a andar
e desistir de nós estava à nossa frente
Luís Naves
Com a devida licença e agradecimento ao Luís Naves (jornalista e blogger Corta-fitas e As penas do flamingo), publico este seu escrito brilhante que se adequa a tanta história...
Podia fazer tudo o que não fiz
poderia querer tudo o que não quis
sabendo, embora, que nada mudaria.
O destino decidiu o que seria
Falaste como fala uma boa actriz,
guião desenhado no quadro a giz
e disseste-me adeus, e chovia.
Percebo bem que não foste sincera.
O que ia acontecer era o que era
e um adeus não tem de ser desistente.
Mas se penso em ti e quero mudar
a vida não recua, está sempre a andar
e desistir de nós estava à nossa frente
Luís Naves
Com a devida licença e agradecimento ao Luís Naves (jornalista e blogger Corta-fitas e As penas do flamingo), publico este seu escrito brilhante que se adequa a tanta história...
Mágico Einaudi - Nightbook Tour
E pensar que descobri este artesão da melodia apenas na leitura da Time Out da passada quarta-feira...
Ao final do dia estava a comprar dois dos seus trabalhos (03-03-03 e o seu último Nightbook)... e um ingresso para uma noite mágica, como a de hoje...
Começamos pelo silêncio da escuridão... um foco que se acende... um violinista que desce os degraus do auditório a tocar algo tão lento quanto surpreendente... novo som surge do outro lado da sala... mais um músico e seu violino que se encaminham para o palco... e outro ainda... já são três... a que junta um cello muito bem tocado... falta a electrónica, não menos importante, apesar de subtil na música de Ludovico...
Finalmente o mestre... e Lady Labyrinth tocada de forma esplendorosa... um violino dá lugar a uma pandeireta com um som magistral... e outro, lugar a uma viola... e depois a uma segunda versão solo do pianista...
Iniciam-se duas horas fantásticas de música... algumas vezes minimal, outras vezes tão abrangentes que nos preenchem sempre... como os Amigos...
Aprecio cada segundo, cada som, cada movimento das luzes magnificamente conduzidas e, sente-se, muito bem estudadas...
Não há pormenor que escape à condução de Einaudi... após hora e meia de apresentação... quase ininterrupta... a culminar com um arrebatador Eros sempre em crescendo e mais uma vez um jogo de luzes de pasmar...
Uma pausa mais longa, para a ovação mais que merecida e o retomar para mais meia hora que nos delicia...
a terminar com mais um crescendo The Tower
(apesar desta gravação não ter a sonoridade da sala do CCB, aqui fica)
Nightbook é, para mim, o álbum do ano com todas as músicas com uma carga cinemática muito intensa, a banda sonora para quem quer sonhar de ouvidos bem abertos...
No pics allowed em qualquer dos concertos desta semana... fica ainda a humildade de um artista que se predispõe a um autógrafo depois de uma noite destas...
«Cada noite é singular, porque nunca sonhamos duas vezes da mesma maneira»,
Ludovico Einaudi dixit
Ao final do dia estava a comprar dois dos seus trabalhos (03-03-03 e o seu último Nightbook)... e um ingresso para uma noite mágica, como a de hoje...
Começamos pelo silêncio da escuridão... um foco que se acende... um violinista que desce os degraus do auditório a tocar algo tão lento quanto surpreendente... novo som surge do outro lado da sala... mais um músico e seu violino que se encaminham para o palco... e outro ainda... já são três... a que junta um cello muito bem tocado... falta a electrónica, não menos importante, apesar de subtil na música de Ludovico...
Finalmente o mestre... e Lady Labyrinth tocada de forma esplendorosa... um violino dá lugar a uma pandeireta com um som magistral... e outro, lugar a uma viola... e depois a uma segunda versão solo do pianista...
Iniciam-se duas horas fantásticas de música... algumas vezes minimal, outras vezes tão abrangentes que nos preenchem sempre... como os Amigos...
Aprecio cada segundo, cada som, cada movimento das luzes magnificamente conduzidas e, sente-se, muito bem estudadas...
Não há pormenor que escape à condução de Einaudi... após hora e meia de apresentação... quase ininterrupta... a culminar com um arrebatador Eros sempre em crescendo e mais uma vez um jogo de luzes de pasmar...
Uma pausa mais longa, para a ovação mais que merecida e o retomar para mais meia hora que nos delicia...
a terminar com mais um crescendo The Tower
(apesar desta gravação não ter a sonoridade da sala do CCB, aqui fica)
Nightbook é, para mim, o álbum do ano com todas as músicas com uma carga cinemática muito intensa, a banda sonora para quem quer sonhar de ouvidos bem abertos...
No pics allowed em qualquer dos concertos desta semana... fica ainda a humildade de um artista que se predispõe a um autógrafo depois de uma noite destas...
«Cada noite é singular, porque nunca sonhamos duas vezes da mesma maneira»,
Ludovico Einaudi dixit
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
domingo, 1 de novembro de 2009
Solo e não só
Dei-me conta ontem que ouço António Pinho Vargas desde 1983...
Nunca pensei que já tivesse passado tanto tempo...desde que pela primeira vez ouvi a «Dança dos Pássaros», ou que «Tom Waits» desde 87... e pensar que ouvi alguns destes acordes com apenas 10 anos...
Uma noite «Solo» ao piano na Culturgest, com um vulto da nossa música, muito pouco reconhecido para a obra que produziu...
Os anos passaram e Pinho Vargas não os disfarça, mas mantém a sua timidez... com uma entrada em palco... a dizer:
«Desculpem, mas tenho de ir lá dentro fazer uma pergunta...»
Desculpado... porque mal se senta ao piano, inicia quarenta minutos sem pausas, apenas com a chegada ao quase silêncio entre notas...
depois... retoma o microfone, para transmitir o alinhamento, sempre com imenso humor, o que não é fácil para uma apresentação destas, para mais na «na casa da amante» (a expressão é de António Mega Ferreira, responsável pelo CCB, onde os discos «Solo» foram gravados)...
e os amantes de boa música ovacionaram uma vez mais de pé, inúmeras vezes...
Destaco a excelente versão de «Que amor não me engana» de José Afonso... Beautiful...
Os dois encores (dificilmente alguém baterá Mehldau)... sustentaram um concerto fantástico em que muitas vezes me apeteceu fechar os olhos e mergulhar apenas no som...
E pensar que quase não chegava a tempo... porque o fim de tarde também foi um deleite para os sentidos, na boa companhia da minha Amiga Catw, tendo o Miradouro de S. Pedro de Alcântara como cenário
e Mojitos efervescentes a acompanhar, pudemos ouvir um violão tocar bossa nova, com uma voz de quase Caetano...
O repasto no Bairro serviu para retemperar e a corrida entre destinos (28 minutos para o percurso Bairro Alto-Massamá-Culturgest deve ser quase recorde mundial!) para relembrar velhos tempos...
Sem stress, como diz a Catw, um minuto antes do início do espectáculo... estávamos sentados, com o piano como pano de fundo...
Next stop... Ludovico Einaudi...
Nunca pensei que já tivesse passado tanto tempo...desde que pela primeira vez ouvi a «Dança dos Pássaros», ou que «Tom Waits» desde 87... e pensar que ouvi alguns destes acordes com apenas 10 anos...
Uma noite «Solo» ao piano na Culturgest, com um vulto da nossa música, muito pouco reconhecido para a obra que produziu...
Os anos passaram e Pinho Vargas não os disfarça, mas mantém a sua timidez... com uma entrada em palco... a dizer:
«Desculpem, mas tenho de ir lá dentro fazer uma pergunta...»
Desculpado... porque mal se senta ao piano, inicia quarenta minutos sem pausas, apenas com a chegada ao quase silêncio entre notas...
depois... retoma o microfone, para transmitir o alinhamento, sempre com imenso humor, o que não é fácil para uma apresentação destas, para mais na «na casa da amante» (a expressão é de António Mega Ferreira, responsável pelo CCB, onde os discos «Solo» foram gravados)...
e os amantes de boa música ovacionaram uma vez mais de pé, inúmeras vezes...
Destaco a excelente versão de «Que amor não me engana» de José Afonso... Beautiful...
Os dois encores (dificilmente alguém baterá Mehldau)... sustentaram um concerto fantástico em que muitas vezes me apeteceu fechar os olhos e mergulhar apenas no som...
E pensar que quase não chegava a tempo... porque o fim de tarde também foi um deleite para os sentidos, na boa companhia da minha Amiga Catw, tendo o Miradouro de S. Pedro de Alcântara como cenário
e Mojitos efervescentes a acompanhar, pudemos ouvir um violão tocar bossa nova, com uma voz de quase Caetano...
O repasto no Bairro serviu para retemperar e a corrida entre destinos (28 minutos para o percurso Bairro Alto-Massamá-Culturgest deve ser quase recorde mundial!) para relembrar velhos tempos...
Sem stress, como diz a Catw, um minuto antes do início do espectáculo... estávamos sentados, com o piano como pano de fundo...
Next stop... Ludovico Einaudi...
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