domingo, 1 de novembro de 2009

Solo e não só

Dei-me conta ontem que ouço António Pinho Vargas desde 1983...
Nunca pensei que já tivesse passado tanto tempo...desde que pela primeira vez ouvi a «Dança dos Pássaros», ou que «Tom Waits» desde 87... e pensar que ouvi alguns destes acordes com apenas 10 anos...

Uma noite «Solo» ao piano na Culturgest, com um vulto da nossa música, muito pouco reconhecido para a obra que produziu...
Os anos passaram e Pinho Vargas não os disfarça, mas mantém a sua timidez... com uma entrada em palco... a dizer:
«Desculpem, mas tenho de ir lá dentro fazer uma pergunta...»
Desculpado... porque mal se senta ao piano, inicia quarenta minutos sem pausas, apenas com a chegada ao quase silêncio entre notas...
depois... retoma o microfone, para transmitir o alinhamento, sempre com imenso humor, o que não é fácil para uma apresentação destas, para mais na «na casa da amante» (a expressão é de António Mega Ferreira, responsável pelo CCB, onde os discos «Solo» foram gravados)...
e os amantes de boa música ovacionaram uma vez mais de pé, inúmeras vezes...
Destaco a excelente versão de «Que amor não me engana» de José Afonso... Beautiful...
Os dois encores (dificilmente alguém baterá Mehldau)... sustentaram um concerto fantástico em que muitas vezes me apeteceu fechar os olhos e mergulhar apenas no som...
E pensar que quase não chegava a tempo... porque o fim de tarde também foi um deleite para os sentidos, na boa companhia da minha Amiga Catw, tendo o Miradouro de S. Pedro de Alcântara como cenário

e Mojitos efervescentes a acompanhar, pudemos ouvir um violão tocar bossa nova, com uma voz de quase Caetano...
O repasto no Bairro serviu para retemperar e a corrida entre destinos (28 minutos para o percurso Bairro Alto-Massamá-Culturgest deve ser quase recorde mundial!) para relembrar velhos tempos...
Sem stress, como diz a Catw, um minuto antes do início do espectáculo... estávamos sentados, com o piano como pano de fundo...

Next stop... Ludovico Einaudi...

3 comentários:

Gelo disse...

globetrotter dixit!

Anónimo disse...

já fui ouvir o ludovico e pareceu-me muito bem.

Ana disse...

ufa! :)