"A realidade é dolorosa e imperfeita, é essa a sua natureza e por isso a distinguimos dos sonhos. Quando algo nos parece muito belo, pensamos que só pode ser um sonho e então beliscamo-nos para termos a certeza de que não estamos a sonhar. A realidade fere, mesmo quando, por instantes, nos parece um sonho. Nos livros está tudo o que existe, muitas vezes em cores mais autênticas, e sem a dor verídica de tudo o que realmente existe. Entre a vida e os livros, escolhe os livros. "
A escrita não é eternidade. Quantas obras não se perderam?Quantas ideias não sobreviveram devido à sua perenidade?
E onde é que isso colocaria as pinturas, os objectos, os rituais fúnebres, todos os vestígios dos povos que não sabiam escrever mas que deixaram legado?
A eternidade não é mais do que um fragmento da nossa vaidade, uma forma de nos fazermos importantes, como raça e como indivíduo, recusando a nossa própria limitação - a mortalidade.
Talvez venhamos a ser eternos, mas não será através da escrita. Nessa altura a escrita não será mais que uma relíquia do Homo Sapiens a descobrir, soterrada por escombros de matéria e de tempo.
A casa não é minha mas penso que o nosso amigo K não se importará que use espaço dele para responder-te, acho que tão vasto comentário teu a um simples comentário meu a uma publicação que não foi escrita por mim merece uma resposta minha:
Não tendo quaisquer ambições de dissertar sobre imortalidade porque acho que o post do K não refere isso! comentei-o dentro dum contexto particular mas exemplificando o meu comentário: Se ele não tivesse escrito o que lhe passou pela cabeça naquele instante não teria eternizado o momento...esse sim mais importante do qualquer imortalidade, porque se notares falei em eternidade!
Este momento do K será eterno até ele querer, se fosse nas páginas dum livro seria de facto eterno mesmo que nunca fosse lido senão por mim senão por ti...
A mortalidade é, para mim, um facto incontornável, uma vez ue não sou religioso. Já a eternidade... sei lá... aceito que seja eterna para alguém enquanto esse alguém viva na memória de outrém. Mas até a memória se esvai no fim. Se bem que ninguém estará cá para se aperceber :)
E daí... quem sabe, talvez os átomos tenham memória!
(Atenção que não quero ofender ninguém nem nenhuma religião!)
11 comentários:
Sempre as duas porque sem vida não há escrita, e sem escrita não há eternidade...
beijo
"A realidade é dolorosa e imperfeita, é essa a sua natureza e por isso a distinguimos dos sonhos. Quando algo nos parece muito belo, pensamos que só pode ser um sonho e então beliscamo-nos para termos a certeza de que não estamos a sonhar. A realidade fere, mesmo quando, por instantes, nos parece um sonho. Nos livros está tudo o que existe, muitas vezes em cores mais autênticas, e sem a dor verídica de tudo o que realmente existe. Entre a vida e os livros, escolhe os livros. "
José Eduardo Agualusa
Nada substitui o viver.... o toque, o perfume, a sensação, o arrepio... que uma escrita não provoca!
BJoka
A escrita ou a vida?!
Tácticas de vida, cada um define a sua...
One kiss.
à Perl...
A escrita não é eternidade. Quantas obras não se perderam?Quantas ideias não sobreviveram devido à sua perenidade?
E onde é que isso colocaria as pinturas, os objectos, os rituais fúnebres, todos os vestígios dos povos que não sabiam escrever mas que deixaram legado?
A eternidade não é mais do que um fragmento da nossa vaidade, uma forma de nos fazermos importantes, como raça e como indivíduo, recusando a nossa própria limitação - a mortalidade.
Talvez venhamos a ser eternos, mas não será através da escrita. Nessa altura a escrita não será mais que uma relíquia do Homo Sapiens a descobrir, soterrada por escombros de matéria e de tempo.
Caro Gelo:
A casa não é minha mas penso que o nosso amigo K não se importará que use espaço dele para responder-te, acho que tão vasto comentário teu a um simples comentário meu a uma publicação que não foi escrita por mim merece uma resposta minha:
Não tendo quaisquer ambições de dissertar sobre imortalidade porque acho que o post do K não refere isso! comentei-o dentro dum contexto particular mas exemplificando o meu comentário:
Se ele não tivesse escrito o que lhe passou pela cabeça naquele instante não teria eternizado o momento...esse sim mais importante do qualquer imortalidade, porque se notares falei em eternidade!
Este momento do K será eterno até ele querer, se fosse nas páginas dum livro seria de facto eterno mesmo que nunca fosse lido senão por mim
senão por ti...
Cumprimentos
Pearl
De facto, a escrita não substitui a vida, mas creio que a supera...
Pessoalmente, a escrita é como um refúgio, um escape, uma maneira de fugir à realidade fria e crua que é a vida.
Adorei o teu blog, e passarei certamente a acompanhá-lo...
abraço
Tenho apenas umas palavritas para dizer:
Adoro ler o que escereves..como escreves...escreve mais..para eu ter o que ler..com real vontade de ler:)
Obrigado Pearl e Gelo...
posso dizer que é bom ter Amigos assim!
Sandy,
também tenho de te agradecer... fico satisfeito por teres gostado desta «espécie de blog»... sê bem-vinda...
A mortalidade é, para mim, um facto incontornável, uma vez ue não sou religioso. Já a eternidade... sei lá... aceito que seja eterna para alguém enquanto esse alguém viva na memória de outrém. Mas até a memória se esvai no fim. Se bem que ninguém estará cá para se aperceber :)
E daí... quem sabe, talvez os átomos tenham memória!
(Atenção que não quero ofender ninguém nem nenhuma religião!)
;)
Moi,
deixas-me sem palavras...
Obrigado, mais uma vez!
Bj
K
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