Cool Jazz Fest

Fado e Jazz, duas perspectivas, para uma mesma companhia...
Se num dia, o vento a sibilar por entre as árvores nos servia de companhia... obrigando-nos a uma simpática partilha de casaco ;)
Noutro, a temperatura mais elevada não se reflectia na plateia que nos circundava...
Dois bons momentos... nada gelados apesar do frio do primeiro...
sempre que estou perto de Ti... dificilmente a temperatura me afecta...
Vadios parecíamos nós, quando entraram Laginha e Sasseti em cena... um diálogo sublime entre dois pianos com preponderância para o segundo, mais exuberante e pronunciado...
Seguiu-se a voz indiscutível do fado, mesmo que quisesse não disfarçaria a ligação, de Camané... ecoando junto ao portentoso Convento de Mafra...
Carlos Bica, é o último a entrar em cena, fazendo entoar o seu contra-baixo como se de uma guitarra se tratasse...

A comunhão de estilos parece existir desde sempre...
Magnífica performance dos quatro Vadios, da qual vos deixo o melhor exemplo do concerto... «Este silêncio» (vale a pena esperar pela voz de Camané e pelo magnífico poema)...

Sasseti sobressaíu, não sei se por ser seu fã (onde encontro a «Alice»?), se pelo tipo de músicas escolhidas conduzirem a esse efeito neste projecto...
Espero que dê disco...
Gostámos... e eu adorei a companhia da Suay, «ma Passion de Lyon»...
que esta quinta me voltou a acompanhar num espectáculo diferente...
desta vez em Cascais, da sueca com voz de boneca...

Lisa Ekdahl... a plateia não era fã, notava-se à distância...
estavam apenas ali para «o evento da noite de Cascais»...
eu fiquei fã do trio que acompanhou Lisa, magníficos e polivalentes músicos que nos proporcionaram jam sessions contínuas...

mais do que Lisa, que exagerou nas conversas naif entre músicas...
demasiado forçado... e espectáculo demasiado curto para permitir uma sessão de autógrafos noctívaga...
Brilhante, o jogo de luzes nas árvores, com a música «Give me that slow knowing smile»... um bailado de cor, como se de plumas se tratassem...
Linda, a versão de «Night and Day» do eterno Cole Porter, música que tinha trauteado no duche antes do concerto ;), sem fazer ideia que faria parte do seu alinhamento...

Foi bom rever a minha Mana (presente em ambos os concertos)...
as saudades que eu tenho de estar com a minha Amiga de inteligência estratosférica, das conversas simples e ao mesmo tempo altamente buriladas, muito acima de qualquer média...
a exemplo da Suay, paixão antiga,

pouco revelada, que desperta sempre que a revejo...
poucas vezes demais...
Feliz pela noite não ter terminado com o curto concerto...
Adoro cada momento passado contigo, Amiga!